sábado, 11 de dezembro de 2010

Crônicas Omne 1x07

Capítulo 7: Dobro


“Que muitos mundos para serem sentidos, separados apenas por uma simples janela.”
Delírios de um universo ilusório

     Imediatamente após o ser artificial escapar do livro, a quinta equipe dirige-se ao pavilhão de Lucian, encontrando ele, após explicar-lhe a situação, é convocada uma reunião com a primeira equipe, enquanto aguardavam em uma mesa octogonal, onde Lucian se ocupara em outra sala, Gabriel questiona Alexandre.
“O que é este lugar? E todas estas caixas? Olhei em uma aberta e notei certos frascos que me poe em dúvida.”
“Além de comandar sua equipe de repertores, Lucian trabalha com outros negócios, do ponto de vista material poderia ser considerado tráfico (de diversos itens), porém, este não é o caso, ao analisar bem, percebemos que nada que Lucian trabalhe está inteiramente e exclusivamente ligado ao plano físico.”
“Ele vende drogas?”
“Drogas não seria o termo exato, são essências energéticas que levam a consciência a um nível de êxtase ou tortura, dependendo do cliente, e isto é apenas um de seus negócios.”
“Quais seriam os outros?”
     Antes que Alexandre respondesse, Lucian entra na sala, voltando-se a Gabriel.
“Não há necessidade de você permanecer aqui, a primeira equipe pode ser um tanto quanto assustadora, sobre as revelações, é algo que está muito acima do nível ao qual está acostumado.”
“Eu preciso saber.”
     Lucian olha para Alexandre, este faz um gesto de sim. Após alguns segundos os três membros da primeira equipe entraram, um se vestia como monge, outro com um terno e uma com uma armadura leve que lembrava as da idade média.
“Olá Lucian, Alexandre, quinta equipe.”
“Arthur, Jones, Mal'Ak.”
“Parece que a equipe de iniciantes continua...iniciando.”
“Lucian havia nos entregado um caso de nível três, como espera que nós tratássemos? Ainda mais quando de repente passa a ser nível um, está acima do que a equipe cinco pode fazer.”
“O que importa agora é o caso, um ser artificial andando por aí é muito perigoso, imaginem se a humanidade descobrir, seria um desastre.”
“Precisamos nos focar agora em como encontrá-lo, Arthur, como projetor, varra o plano físico em busca dele, Jones, prepare o livro para selá-lo, Mal'Ak, você fica com o trabalho duro, faça a criatura voltar.”
“Sim Lucian.”
“E quero um iniciante com a primeira equipe, Gabriel, vá com eles.”
“No que você está pensando Lucian!” Exclamou Alexandre.
“Pode servir como bom aprendizado.”
“Por que não outro, mande Roberto, ele é o mais experiente entre os iniciantes, seria algo útil para ser promovido para a quarta equipe.”
“Gabriel precisa aprender algo que desconhece ainda, vá Gabriel.”
“Ao menos deixe ele tomar esta decisão.”
“Sinto muito Alexandre, eu quero realmente saber o que está por trás de tudo isso, é por isso que estou aqui, e é por isso que vou com eles.”
      A equipe um se retirou, juntamente com Gabriel.
“Aos iniciantes, tenho um novo caso que podem resolver, gostaria que Roberto liderasse neste objetivo, Alexandre está estressado emocionalmente, ele ficará aqui, vocês conseguem lidar sozinhos, por enquanto estão dispensados.
     Após a retirada da equipe cinco, restara na sala Lucian e Alexandre.
“Por que você fez isso?”
“Está na hora dele dar o próximo passo.”
“Ele não está pronto ainda.”
“Cada um tem seu livre-arbítrio, você pode aconselhar, mas não pode interferir, não é mesmo? A propósito, Arthur sabe de tudo, fico me indagando se ele pode contar a verdade a Gabriel.”
“Seu materialista arrogante, as pessoas devem evoluir dando passos por vez, não saltando.”
“Eu sou um exemplo de que sua frase não é válida.”
     Enquanto isso, a equipe cinco percorre as ruas discutindo melhor o plano, Gabriel queria fazer muitas perguntas aos três.
“Arthur, Lucian se referiu a você como projetor, já tinha ouvido falar nisto, mas é possível?”
“Perfeitamente.”
“Alexandre não lhe ensinou os mecanismos Gabriel?”
“Não.”
“A projeção astral permite que saiamos do corpo afim de adentrar nas profundezas do plano astral em busca de pistas para casos muito complicados.”
“Entre os repertores, somente Arthur e Alexandre são projetores ativos.”
“E o que você pode me dizer sobre a projeção e o plano astral?”
“Lá reserva toda a verdade do mundo, para mim, a projeção é o caminho, o único, para conhecer melhor a si mesmo.”
“Por que Alexandre não me falou sobre isso?”
“Também faço a mesma pergunta.”
“Chegamos pessoal.”
     A primeira equipe chegou em um hotel pertencente a Lucian, em um corredor particular, Arthur trancou-se em um quarto, Jones desenhava figuras complexas, centralizando o livro, enquanto Mal'Ak mantinha o local em segurança contra possíveis ameaças. Gabriel ficara somente observando, após poucos minutos uma fumaça de tonalidade cinza aparecera no lugar, foi adquirindo forma humana até completar-se totalmente, era Arthur, materializado no corredor, era de se esperar que Gabriel ficasse espantado.
“O que está acontecendo? Você não tinha entrado no quarto?”
“E estou ainda no quarto, quero dizer, meu corpo físico repousa na cama enquanto materializei meu próprio corpo astral, agora não há tempo para mais explicações, há algumas legiões das trevas por perto, preciso me concentrar.”
     Arthur sentou em uma posição de meditação, era visível perto de seu corpo astral pequenas ondas emergindo de sua cabeça, estava rastreando o ser artificial, demorou cerca de vinte minutos até ele falar.
“O ser artificial está longe, em outro país, conseguiu fugir rapidamente, vou atraí-lo para cá...espere...há uma força oculta também o está atraindo, sua assinatura é de grande poder sombrio, Mal'Ak, prepara-se quando ele entrar, já ative sua clarividência.”
     Após alguns segundos foi possível ouvir um som semelhante a um rádio diminuindo seu volume até ficar mudo, Mal'Ak fez uma posição como se estivesse abraçando alguma coisa, na verdade, estava segurando a criatura, embora não fosse visível para Gabriel.
     Em uma das figuras que Jones desenhou foi de um pentagrama, acendendo as cinco velas e pronunciando um ritual, rapidamente o ar começou a movimentar-se em direção ao livro, ao qual virava as páginas sozinho, a quantidade de energia desprendida foi tão grande que tornou possível a visualização do ser artificial no físico, uma esfera roxa que emitia vozes de terror, quando Jones centralizou a primeira página em branco, a criatura foi em direção, sendo presa, rapidamente o livro foi fechado e selado com uma linha preta nos sentidos vertical e horizontal.
     Logo Arthur desapareceu do corredor, acordando no quarto.
Caso resolvido, embale o livro e entregue para Lucian.”
O que acontece agora?”
Lucian irá entregar para alguém da segunda equipe, afim de que o ser artificial possa ser destruído.”
Destruído? Ele é um ser vivo!”
Não, um ser artificial é como um robô, se movimenta, segue ordens, pode até parecer humano, ainda assim não possui vida, ele é muito perigoso, aquela força oculta que senti desejava a criatura, com certeza para fins maléficos, vamos embora.”

Um comentário:

  1. Esta cada mais emocionante, fico sempre na expectativa da proxima historia.

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