sábado, 18 de dezembro de 2010

Crônicas Omne 1x08

Capítulo 8: Abissal


Em quantidades universais, o astral é exímio.”
História do plano astral Vol 1

    Era muito para aguentar, Gabriel refletia se devia continuar, desde que conheceu a primeira equipe de repertores se sentia diferente, inferior, com tanto a se saber, com um mundo mais real lá fora, seria realmente uma oportunidade o que estaria passando? Ou uma maldição por obsessionar o desconhecido? O dia estava tão nublado quanto sua mente, toda sua curiosidade o levou a crueldade do mundo.
     No pavilhão, estavam Lucian, Arthur e Alexandre.
“Isto está parecendo um interrogatório.”
“O que você esconde Alexandre? Ou será que posso lhe chamar de...”
“Acalma-se Lucian, podem haver pessoas por perto.”
“O que é esta força sombria que Arthur sentiu?”
“Nada que cabe a vocês.”
“Claro, só porque um plano de existência nos separa não significa que devemos ficar ocultos do que ocorre lá, vocês precisam de nós.”
“Não me subestime Lucian, sua arrogância o impede de ver a real situação.”
“Real situação? Podemos estar a beira de uma guerra sem saber.”
“Não cabe a você, nem aos repertores, há algo muito cruel acontecendo, nosso objetivo é não trazê-lo ao plano físico.”
“Nem mesmo ao Gabriel?”
“Estou caindo fora, preciso me encontrar com os outros, e Gabriel vai comigo, chegou a hora.”
“Escute bem Alexandre, você afundará ele junto a toda verdade que esconde.”
Após Alexandre se retirar, Arthur demonstra grande preocupação.
“E agora?”
“Agora estamos por conta própria, mas antes que Gabriel vá embora, vou colocá-lo uma última vez na quinta equipe.”
     Começara a anoitecer, horário para o encontro com os repertores, Gabriel decide ir, mantendo dúvidas em sua mente, ao chegar no local, a quinta equipe aguardava, exceto por Alexandre.
“Onde ele está?”
“Não lhe interessa.” Respondeu Susana.
     Era claro que não se sentiam confortáveis na presença de Gabriel, afinal desejavam muito acompanhar a primeira equipe, onde não tiveram oportunidade.
“Não devemos deixar que as emoções falem mais alto, não devíamos ter inveja, e sim ficar feliz dele ter tido esta oportunidade.”
“Na verdade, mesmo que outra pessoa tenha ido, não teria feito nada, mal pude compreender o que realmente aconteceu lá.”
“Alexandre não é mais um repertor, Lucian me convocou agora, sou o novo líder da quinta equipe.” Respondeu Roberto.
    A quinta equipe não parecia contente, nem mesmo Roberto, que não se sentia apto a liderar o grupo, Alexandre era carismático e passava muitas informações uteis, se sentiam desamparados perante a falta de sensibidade de Lucian, após alguns minutos de silêncio, Gabriel mostra sua indignação.
“Então é assim que as coisas ficam?”
“O que mais podemos fazer?”
“Sair não é uma opção, não depois de tudo o que passamos.”
“Precisamos falar com Alexandre.”
“Até poderíamos, mas não sabemos onde ele está.”
“Lucian me deu este caso para resolvermos, talvez possamos encontrar algo que possa nos ajudar.”
“E do que se trata?”
“Um caso de obsessão, vamos logo.”
     Isabel seguiu Gabriel, acabando por descobrir que se tornara um repertor de Lucian, não poderia ficar mais furiosa, após o grupo partir, cuidadosamente seguiu, mantendo distância, para ver onde isto chegaria.
     Ao chegarem na casa, a quinta equipe viu apenas uma pessoa, em estado normal, Susana sentiu a presença de muitos vermes astrais, após alguma conversa a quinta equipe soube que a pessoa dita possuída estava amarrada em um quarto, tinham chamado diversas de pessoas das mais variadas religiões, inclusive exorcistas, todos falharam, foi quando contratou os serviços de Lucian para resolver o problema.
     Entrando no quarto, César, o possuído estava amarrado, Susana relatou que a quantidade de vermes astrais ali era muito grande, o ambiente estava pesado e escuro, então partindo para um trabalho imediato de limpeza energética, enquanto os outros tentavam resolver, porém, o espírito reconheceu Gabriel, ao qual ficara com medo.
“Você me conhece?”
“Gabriel, sou eu, Carlos, seu colega de escola, que fez o jogo do copo.”
     Seu espanto era notável, entre as pessoas que fizeram a brincadeira, Carlos havia falecido naquele dia devido ao cansaço extremo que ocorreu, sua condição energética era clara, com tantos vermes invisíveis do outro mundo e um odor terrível, não estava em melhores condições.
“Por favor, me ajude.”
“O que você precisa?”
“Está tão escuro, tão frio...não aguento mais isso!”
     O corpo de César tremeu semelhante a um ataque epilético, em instante, a quinta equipe não sabia o que fazer, neste momento houve necessidade de Alexandre, porém, Roberto notou o quão dependentes estavam, respirou fundo.
“Segurem ele, Gabriel, você conhece esta alma, saiba o que fazer.”
“Carlos, acalme-se, está tudo bem, estamos aqui, olhe para mim, vamos tirar você dessa.”
“Gabriel, algo muito horrível está vindo, uma força maligna de proporções inimagináveis.”
“Que força?”
     Antes que Carlos pudesse responder, havia desparecido, Roberto acredita que ele foi amparado por entidades superiores, mas nada poderia garantir, ao César acordar, pareceu desorientado, sendo aos poucos voltando ao estado normal.
“Consegui limpar o ambiente dos vermes, mas somente o tempo vai afastar certas energias densas presentes.”
“Ótimo Susana, vamos embora.”
“E agora? Nós não sabíamos o que fazer naquele momento, vamos ficar assim?”
“Não tenho certeza, vamos desfazer a quinta equipe, deixar o tempo passar, talvez Lucian possa colocar um novo instrutor, até então não vamos mais nos encontrar mais.”
     Após a saída, quando Gabriel já estava sozinho, aparece Isabel.
“Então era isso o que você estava fazendo!”
“Tia Isabel? Você não pode me seguir desse jeito!”
“E você não pode trabalhar com canalhas como Lucian, ao menos está ganhando algum dinheiro?”
“...não...”
“Então volte para casa, e sem mas, não quero vê-lo trabalhando com esse tipo de laia novamente.”
    Enquanto isso, na antiga casa abandonada da cidade, os servos de Huncamé, Kalu, Naton e Jean, juntamente com seu próprio mestre, elaboravam sua perversidade;
“Então chegou a hora mestre? Ora ora, finalmente vou poder me alimentar do desespero, não vejo a hora de olhar nos olhos das pessoas e perceber seu medo, será fascinante.”
     Huncamé afiava um punhal contendo seu símbolo.
“Já temos ectoplasma suficiente, bom trabalho a todos, finalmente podemos dar nosso primeiro passo no grande plano das trevas, vamos bagunçar o plano físico de uma forma como os humanos jamais viram.”

2 comentários:

  1. A coisa ta ficando de dar medo,não vejo a hora de saber o resto da historia.

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  2. agora começou o pegapacapa

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