sábado, 2 de abril de 2011

Crônicas Omne 2x10

Capítulo 20: A sala dos relógios

"Uma vida sem desafios não vale a pena ser vivida."
Sócrates

      Arcanjo Miguel tocou levemente em meu peito, imediatamente senti uma grande dormência pelo corpo inteiro, após um instante de escuridão as memórias de um período de inconsciência vieram à tona.

3 SEMANAS ATRÁS
      Logo percebi James atirando em andares acima, era claro o que estava acontecendo, perceberam que eu estava no prédio, agilizando, entrei na sala determinada onde seria plantado a bomba, fiquei surpreso, muitas bolsas de sangue, além de pedaços de corpos humanos, ouvi um ruído atrás de mim, ao me virar fui nocauteado, ficando inconsciente.
      Abri os olhos, estava deitado em lugar diferente, uma sala razoavelmente grande, inúmeros relógios, dos mais diferentes tamanhos e formas, cada um tinha seus ponteiros girando em velocidades diferentes um dos outros, um senhor de jaleco preto segurava um guarda-chuva, então virou-se para mim.
_Podemos começar?
_Começar o que? Onde estou? Quem é você?
_Como sempre o mais curioso de todos, como posso lhe chamar agora, ah sim, Gabriel Egne, interessante nome.
_Do que você está falando?
_Aqui é onde tudo começa e tudo termina, aqui, nesta sala dos relógios, iremos começar a entender os processos que regem a mente humana em seus mais variados níveis, da emoção a razão, do passado ao futuro.
_Não estou entendendo.
_Quem eu sou não lhe cabe muito, porém pode me chamar de Nuntius.
_Você é um vampiro?
_De forma alguma, porém sou algo que está além de sua compreensão, é como tentar entender Deus, explicar matemática avançada a uma criança que recém está aprendendo a somar.
_Como vim parar aqui?
_Simples, um vampiro lhe deixou inconsciente, dando oportunidade a projetar sua consciência para este local.
_Por que?
_Porque o que está por vir vão muito além do impossível, alguém tem que ser avisado, é minha função
_Como assim?
_Tempos se aproximam Gabriel, cada segundo que passa é um segundo mais próximo da grande convergência, a reunião das forças das trevas já aconteceu, neste exato momento eles estão se preparando para a guerra que está por vir.
_Como você sabe disso?
_Embora o futuro não pode ser visto, ele pode ser previsto baseado nas leis da ação e reação.
_Toda consequência há uma causa.
_Exatamente, e sabendo a origem...
_Pode ser percebido seus efeitos.
_Bravo.
_Ainda assim tudo o que você me disse é muito sutil, como poderei saber mesmo?
_Em um tempo remoto houve uma grande civilização, de uma beleza poética ergueram grandes cidades, esse povo, reconhecido por seu grau elevado de tecnologia, conseguiu refinar um mineral raro e muito poderoso, o chamaram de Oricalco, em época, aquele que possuísse a maior quantidade de Oricalco comandava o mundo.
_O que tinha de tão interessante neste minério?
_Suas propriedades, consideradas mágicas para aquela época, concedia habilidades únicas aos indivíduos que ficassem muito tempo em exposição.
_Radioativo?
_Não exatamente, a pedra despertou cada vez mais a curiosidade e paixão, durante algum tempo foi investido na tecnologia, proporcionando grandes maravilhas e feitos, entretanto...
_Entretanto?
_As pessoas se tornaram muito obcecadas, saqueando e até matando para obter o poder prometido, levando aquela civilização e suas terras ao fim.
_Essa civilização...
_Exatamente, essa civilização ficou conhecida como Atlântida.
_E o que isso tem a ver com o que está por vir?
_Embora o grande continente desapareceu ao mar, ainda continuam certos postos avançados, tanto no astral como no físico, Huncamé está a procura de um desses postos, conhecido como Roptan, a cidade-arco dos portais.
_O que tem lá?
_Uma grande quantidade de Oricalco, se ele conseguir ter acesso a este mineral, então o futuro dos dois planos estará incerto.
_Por que avisar a mim? Por que não ao arcanjo Miguel? Por que você mesmo não impede?
_Esta sala de relógios está além do espaço e do tempo, não tenho acesso a outros planos, assim como arcanjo Miguel não tem acesso a este lugar, provavelmente nem sabe da existência, porém você, Gabriel, possui uma habilidade incrível ao qual desconhece ainda, pouquíssimos indivíduos a tem, é por este motivo de estar aqui e não outro alguém.
_Como vou saber se tudo o que me disse é verdade?
_Lhe mostrarei, cada relógio possui um propósito, você verá as consequências que estão por vir baseado nas causas que se desenrolaram até agora.
_Você quer dizer que eu verei o futuro?
_Uma simulação do futuro mais precisamente, será capaz de interagir com o ambiente, mas tome muito cuidado com o que irá fazer, vigie cada ato seu, entendido?
_Sim.
_Muito bem, cada pessoa que você encontrar lá não é real, todos simulações, prossigamos.
      Nuntius se aproximou de um relógio movido por um grande pêndulo, em certa delicadeza abriu o vidro que protegia os ponteiros, aos quais giravam lentamente, o horário marcado era 7:45, sendo movido para 9:54, a sala imediatamente desintegrou-se, juntamente com próprio Nuntius, sendo substituídos por novos detalhes, inicialmente o chão, em pedras, após o céu, cinza e mórbida, e finalmente a cidade, com prédios destruídos e outros em chamas, parecendo um cenário de guerra, era o plano físico.
      Caminhava entre aquelas ruas vazias, até ver o centro da torre de Epísola em meio a cidade, destruída ao meio, era a grande convergência que Nuntius falou.
_O que aconteceu aqui? Pensei.
      De repente ouvi sons de cavalos, ao olhar para trás, uma estranha criatura se aproximava rapidamente, possuindo patas de cavalo, corpo e cabeça de leão e cauda de serpente, o medo me tomou conta, vindo em minha direção com a intenção de atacar, mas antes que chegasse suficientemente perto ouvi tiros matando a criatura instantaneamente, provocado por um grupo de pessoas, entre elas avistei Sarah.
_Gabriel?

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