sábado, 27 de novembro de 2010

Crônicas Omne 1x05

Capítulo 5: uma casa diferente


“Arrogante aquele que tem fé sem agir, pois somente acreditar não mudará o mundo.”
O livro da ordem Vol 6 Cap 23


“Ainda não entendo, como conhece meu tio? Como sabe meu nome? Quem é você?”
“Muitas perguntas para pouco tempo, não acha Gabriel?”
“Logo estará amanhecendo...”
“Parece que entendeu, mas vou sanar algumas dúvidas suas, meu nome é Lucian, estou há muito tempo trabalhando com negócios do além, por assim dizer, me lembro de seu tio, e tenho informantes referentes aos que já participaram desse grupo.”
“O que é esse grupo?”
“Grupos, na verdade, coordeno e financio grupos de investigação ao sobrenatural, embora pertença ao meus negócios menos lucrativos, vêm demonstrando como fonte de pesquisa e informação excepcional.”
“Quando começo?”
“O grupo ao qual você irá participar é destinado para aqueles que estão iniciando sua jornada pela busca da verdade, é constituído por quatro integrantes, sendo um experiente afim de que possa ensiná-los, agora volte no fim da tarde, há muita coisa a se fazer.”
     Gabriel voltou para casa, Isabel estava preocupada.
“Isso é hora de voltar para casa?”
“Estava ocupado.”
“Fazendo o que? Buscando agora qual é o propósito da vida?”
“Não me ofenda desse jeito, estou tendo algum progresso.”
“Ah é? Como o que?”
     Gabriel se lembrou do pedido de seu tio para não contar a verdade.
“Não lhe interessa.”
“Depois eu que fico ofendendo nesta casa.”
“Estamos quites então.”
“Gabriel!”
“Tia Isabel! Estou cansado disso...por favor...me dê algum tempo, e mais que isso, algum espaço para refletir, além disso hoje são os resultados no colégio, tenho coisas a mais para me preocupar.”
     Do ponto de vista de Isabel, Gabriel estava cada vez mais parecido com Sarah. Ao chegar na escola, Gabriel foi logo receber suas notas.
“Embora seu aproveitamento escolar foi decaindo ao longo do ano, ainda conseguiu ficar acima da média, está aprovado para o terceiro ano, parabéns.
“Obrigado.”
“Espero que se esforce mais ano que vem.”
“Acredito que as coisas ficarão melhores até lá.”
      Ao entardecer, Gabriel voltou a boate, na entrada estavam quatro pessoas em frente a porta, a qual estava fechada.
“Vocês viram Lucian?”
“Ele não vai vir hoje.”
“Estava esperando por ele.”
“Espere...você é Gabriel?”
“Sim.”
“Nós somos o grupo iniciante de investigação, Lucian nos falou sobre você.”
“Somente quatro?”
“Trabalhamos em poucas pessoas por grupo, sou Alexandre, professor de biologia, aqueles são Eric, motorista profissional, Susana, estudante de física e Roberto, psiquiatra forense.”
“Psiquiatra...tenho um problema com eles.”
“Eu fiquei sabendo de seu pai naquela época, foi muito estranho, não acredito que ele realmente tenha se matado.”
“Sério?”
“Naquela época não conhecia Lucian, investiguei por conta própria, e me deparei com coisas severamente estranhas, infelizmente faltaram informações, mesmo para a minha condição atual no grupo.”
“Entendo.”
“Já está começando a anoitecer, vamos logo.”
“Que caso temos hoje?”
“Uma casa que é dita mal assombrada, nada demais.”
“Mal assombrada?”
“Nervoso Gabriel?”
“Um pouco.”
     Ao chegarem na casa, estava suja, a família era de imigrantes de Israel, estavam assustados, crianças choravam, Alexandre conversava com eles enquanto sons de mesas rugindo vinham de um quarto ao lado da cozinha.
“Eles disseram que esses sons já começaram faz alguns dias, assustam as crianças e está alterando a situação psicológica dos adultos.”
“E o que vamos fazer?”
“Investigar, é para isso que estamos aqui, Roberto, fique na porta como vigia, não deixe nada escapar, Susana, procure por vestígios de vermes astrais nas pessoas, Gabriel, venha comigo.”
     Ao entrarem no quarto, a cadeira de balanço movimentava-se, a mesa ecoava um som como se estivesse sendo entortada, Gabriel engoliu a própria saliva.
“Não tema Gabriel.”
     Alexandre retirou de sua mochila um pote de sal fino, jogando uma porção em cada canto do ambiente, explicou que certas energias das trevas acumulam-se nos cantos perpendiculares, o sal permite que possa circular tais energias. Após alguns minutos os sons foram reduzidos drasticamente, foi novamente Alexandre a retirar algo da mochila, desta vez um giz e uma vela, desenhando um pentagrama com um círculo no centro no chão, posicionando a vela entre as cinco pontas, acendeu a vela e pronunciou algumas palavras.
“Que a luz vos guie.”
     Gabriel ouviu vozes como sopros e logo todo o som havia desaparecido.
“Pronto.”
“Como assim?”
“Terminamos, os espíritos não eram das trevas, pois, ao jogar sal nos cantos, o som nos móveis foram reduzidos, nada mais são do que consciências perdidas, precisando de ajuda, com certeza a visão deles deve estar muito afetada pela escuridão, por isso a vela, a luz guia entre a escuridão e frio, ao se aproximarem acabam aumentando sua frequência, indo para outro plano de existência, o plano astral.”
“E o que acontecerá com eles?”
“Isto cabe somente aos pensamentos deles.”
     Ao saírem da sala, Roberto havia confortado as pessoas, Eric aplicou um passe energético para limpar as impurezas, Susana não encontrou nenhum verme astral.
“Está tudo certo então, vou reportar ao Lucian, quanto a vocês, podem ir para casa.”
“E agora?” Perguntou Gabriel.
“Por enquanto continue apenas observando, há muito a se aprender sobre tratamento com consciências de outros planos de existência, o que achou?”
“Foi interessante, com certeza estarei de volta na próxima investigação.”
“Então está tudo bem, vejo você logo.”

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